“O
‘acomodador’: existe em evento em nossas vidas que é responsável pelo fato de
termos parado de progredir. Um trauma, uma derrota especialmente amarga, uma
desilusão amorosa, até mesmo uma vitória que não entendemos direito, termina
fazendo com que nos acovardemos, e não sigamos adiante. O feiticeiro, no
processo de crescimento de seus poderes ocultos, precisa primeiro livrar-se
deste “ponto acomodador”, e para isso tem que rever sua vida, e descobrir onde
está.
O acomodador!
Isso combinava com meu aprendizado de arco e flecha – onde o mestre diz que
cada tiro não pode ser jamais repetido, não adianta tentar aprender com os
acertos ou os erros. O que interessa é repetir centenas, milhares de vezes até
que nos livremos da ideia de acertar no alvo, e nos transformemos na flecha, no
arco, e no objetivo. Neste momento, a energia da “coisa” (meu mestre de Kiudo,
o tiro com arco japonês que eu praticava, jamais utilizava a palavra “Deus”)
guia os nossos movimentos, e começamos a soltar a flecha não quando desejamos,
mas quando a “a coisa” acha que chegou a hora.”
(Do livro O ZAHIR – de PAULO COELHO)
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