O mistério eterno do Universo é a sua compreensão.”
(ALBERT EISTEIN)

Translate

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

SE A NATUREZA QUER FAZER UM HOMEM

 (“WHEN NATURE A MAN”, De Angela Morgan – tradução e adaptação)

І

Se a Natureza quer fazer um homem
E eletriza o coração de um homem,
E adestrar à força o querer de um Homem.
Se a Natureza que treinar um Homem
Para cumprir uma genial missão;
E quando quer de todo coração,
Criar um homem tão ousado e grande
Que a sua fama ao mundo inteiro mande
- Observai o seu método e caminhos!
Como coroa sempre com espinhos
Aquele com quem ela simpatiza;
Como o desbasta e o martiriza,
E a poderosos golpes o converte
Num esforço de argila que diverte
Somente a Natureza que o compreende.

- Enquanto o torturado coração
Aos céus levanta a suplicante mão! –
Quando o seu bem a Natureza o empreende,
Como o abate, sem jamais quebrar,
Como se serve do que vai sagrar!
Como o derrete e não o deixa em paz,
E com que antes ela sempre o induz
E apresentar ao mundo a sua luz...
A Natureza sabe o que faz!

Π

Se a natureza que pegar um Homem;
E deseja sacudir um Homem,
E se pretende despertar um Homem;
Se a natureza que fazer um Homem
Que, no futuro, cumpra – lhe o decreto,
Quando ela tenta, com habilidade,
Quando deseja e quer com ansiedade,
Fazê – lo rigoroso, são, completo, Com que sagacidade ela o prepara!
Como o aguilhoa com a sua vara,
De que maneira o amola e como o enfeza
E o faz nascer em meio da pobreza...
Com desapontamentos sempre punge
O coração daquele que ala unge;
Com que sagacidade ela o esconde
E oculta, sem olhar ao menos onde,
Soluce embora o gênio, desprezado,
E o seu orgulhe guarde esse passado!
Manda-o combater mais arduamente,
Fá-lo tão solitário, que somente
As mais altas mensagens do Senhor
Consigam penetrar a sua dor!
É assim que a Natureza lhe clareia
Da Hierarquia a impenetrável teia
E, embora ele não possa compreender,
Dá-lhe paixões ardentes a vencer!
Como impiedosamente ela o esporeia,
Com que terrível entusiasmo fere
Se acaso, acerbamente, ela o prefere!

Ш

Se a Natureza quer nomear um homem,
Se ela quer dar fama para um Homem,
E se ela quer domar. Acaso, um Homem;
Quando ela quer dar brio para um Homem;
Executar missão quase celeste,
Quando ela tenta o seu o seu supremo teste
Que há de imprimir a inconfundível marca
- No que há de ser um Deus, ou um monarca –
Quanto o dirige, e quanto que o refreia;
De modo a seu corpo mal contenha
A inspiração ardente que o incendeia;
E a sua ansiosa alma se mantenha
Sempre anelante por um sonho esguio!
Engana com ardis sua esperança;
Lança - lhe em rosto novo desafio,
No instante em que ele o alvo quase alcança!
Faz uma selva – que limpar lhe custe;
Faz um deserto – para que se assuste –
E para que ele o vença, se capaz...
Assim a Natureza um Homem faz!

IV

Então, para provar a sua ira,
Uma montanha em seu caminho atira –
E põe amarga escolha à sua frente:
“Sobe ou perece!” diz – lhe, sorridente
Meditai no mistério da Intenção”
Da Natureza o plano é tão clemente:
Se compreendêssemos a sua mente!
Os que a chamam cega todos são,
Pois, com o pé sangrante e lacerado
É que o Espírito sobe, descuidado,
Com entusiasmo e com vigor dobrado,
Esses caminhos todos, que ilumina
Com essa força ativa, que é divina;
E do ardor maneja a espada de aço,
Para enfrentar o peso do fracasso,
E, mesmo na presença da derrota,
Inda esperança em seu olhar de rota!

V

Eis que é chegada a crise! Eis o grito
Que está a pedir um Chefe ao infinito!
Só quando o povo implora salvação,
É que ele vem governar a Nação...
Então a Natureza diz – nos “Tomem:
Eu lhes entrego, finalmente, um Homem!”




(IN: COMO PERSUADIR, FALANDO, Marques Oliveira, Edições de Ouro. PJ 1970)





Nenhum comentário:

Postar um comentário