O mistério eterno do Universo é a sua compreensão.”
(ALBERT EISTEIN)

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sábado, 17 de agosto de 2013

O diálogo com a Natureza


 

O diálogo com a natureza é profundamente sábio e por demais fascinante. Para melhor sentirmos esse encantamento, vejamos o que dizem dois personagens de Hermann Hesse, durante uma conversa altamente erudita:

 

            “Ama as águas! Não te afaste delas! Aprende o que te ensinam! Conversa com o rio. Ele sabe tudo e tudo podemos aprender dele. Dizem-me, então, se o rio também não comunicou o misterioso fato de que o tempo não existe? Sim, acho que referes ao fato de que o rio se encontra ao mesmo tempo em toda parte, na fonte tanto como na foz, nas cataratas e na balsa, nos estreitos, no mar e na serra, em toda parte, ao mesmo tempo, de que para ele há apenas o presente, mas nenhuma sombra do passado nem do futuro. Não é isso que queres dizer? Sim.

            O rio tem muitas vozes, não é, meu amigo? Não te parece que ele tem a voz de um rei e a de um guerreiro, a voz de um touro e a de uma ave noturna, a voz de uma parturiente e a do homem que suspira, e inúmeras outras ainda? Tens razão. Na sua voz encontram- se as vozes de todas as criaturas. Ele é Deus! Ele é a eternidade! Ele é o mestre dos mestres.”

 

               Quão importante é entender a sua linguagem!

               Depois um desses personagens apanhou uma pedra e displicentemente disse:

 

            “Isto é uma pedra, mas daqui algum tempo talvez seja terra, e da terra se transformará numa planta, ou num animal, ou ainda num homem”. “Em outra época, quem sabe, eu teria dito: “Essa pedra é apenas uma pedra. Não tem nenhum valor. Pertence ao mundo da Maia. Como, no entanto, pode acontecer que, no decorrer do ciclo das metamorfoses, ela se converta num ser e adquira espírito, presto certa atenção a ela. Eis o que, provavelmente eu teria pensado naqueles tempos. Hoje, porém, raciocino assim.  Esta pedra é pedra, mas é também animal, é também Deus, é Buda. Não lhe tributo reverência ou amor, porque ela é um dia talvez possa se tornar isso ou aquilo, senão porque é tudo isso, desde sempre e sempre.”

 

Conversar com a natureza é sentir-se integrado com ela. Integrar-se conscientemente com ela, é viver em harmonia com suas leis, viver em desacordo com os seus princípios reais é sair do equilíbrio planejado e posto em prática pela engenharia cósmica, tal comportamento afasta o homem, particularmente o homem contemporâneo, da sua verdadeira mãe, a Natureza.

 

 

 

(Do livro: IOGA PARA TODOS – De Antenor Batista)
 
 
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